segunda-feira, novembro 03, 2003


O meu caminho de sempre é só meu. Cheio de lugares comuns – mas desabitados. Ainda.

Escrevo sobre as vossas palavras, os modos de se mostrarem ao mundo – com outras palavras. Subjugadas, as minhas e as vossas, à vertigem dos desencontros. O sorriso do meu guardião, como sempre, impenetrável.

Não devo nomear os rios. Nem as sombras.

As palavras servem-se frias – como os corpos antigos.

A palavra fere o flanco. Um modo de dizer – silenciar.

Duro, duro é o dizer. Pesadelos de mandíbulas. Nós estilhaçados.

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