sábado, janeiro 03, 2004


Noite. Água. Cinza. E cinco velas escarlates a ludibriarem os sentidos.

Um de nós disse: “Um cigarro para apagar a noite.” Um de nós disse: “Um cigarro para acender a noite.” Um de nós disse-o. Tão perto de o poder dizer.

No saguão fenecem flores silvestres. O meu guardião entristece.




O meu guardião está indeciso entre uma palavra – ou certas palavras – e um corpo. Não tem – não há – nem medida nem balança.

Terão peixes os nossos rios? – pergunto. O meu guardião guarda silêncio – nem sempre sinal de sabedoria.

Nos rios subterrâneos não correm barcas. Nenhuma se despedaçará nos baixios da vida.

Sem comentários: